Não é só de Limoncello e Canolli que a Sicilia é feita.
Nem só de fruti di mare, ou bons vinhos, expresso doppio, arancini ou granata...
E, mesmo depois de ter sofrido com um incêndio de proporções arrasadoras no meio desse ano e que transformou as suas paisagens coloridas naturais em tons de cinza e preto, a Sicília não perde seu encantamento – como tudo na Itália, não é mesmo!?
Essa ilha de notável cenário guarda muito mais do que a tradição italiana e a história de mouros decapitados, as Teste di Moro.
As famosas e peculiares Cabeças de Mouros, em português, enfeitam as sacadas das casas da Sicília e causam a maior curiosidade nos turistas, que não resistem a um par delas nas lojas de souvenirs. Reza uma das lendas que, uma jovem apaixonada cortou a cabeça de seu amante para que ele não voltasse para a sua mulher e filhos. Transformou a cabeça do amante em um vaso, onde plantou manjericão e expôs em sua sacada. O manjericão vingou tanto que a vizinhança toda queria um vaso igual. A boa notícia é que as reproduções começaram a ser feitas em cerâmica. Esse drama não poderia ser mais italiano.
Mas as reproduções não se limitam à arte antiquíssima. O movimento artístico urbano de hoje em dia é forte e, nem por isso, traz decadência. As intervenções contemporâneas na Itália hoje agregam à sua fama de uso da arte para dizer o que precisa ser dito por meio do belo e do bem-feito.
Outra experiência bem italiana – mas não imperdível – na capital Palermo é o trânsito caótico. Já o seu movimento urbano, a mistura do turismo incessável com os sicilianos frenéticos, é um deleite que eu diria que só a Itália proporciona. E que, também, é possível apenas em doses homeopáticas.
Cefalú é uma atração nada à parte e a sua mágica particular está em passear pelas suas ruelas de pedra e aproveitar a refrescância do Mar Tirreno nas suas praias.
Além de tudo isso, essa ilha cuida de um vulcão ainda ativo: o Etna. Cuja última erupção ocorreu em 2019. Radical e instagramável. Fica a dica.
Ahhhh, Sicília. Onde a vida segue fácil na areia e corre esbaforida nas cidades, mas nunca falta tempo para um espresso expresso.
Além do seu blu del mare, da sua cultura marcante moura e de seu vulcão de estimação, existe um espírito artístico e cultural urbano na capital Palermo que estampa a arte de rua sobre o que já existe há muito tempo. Criando uma tela interessante. Quase como um grito enérgico por quem está preso em uma ilha, submerso em ancestralidade.
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